Olá mais uma vez senhores;
Venho observando que devido aos jogos de guerra os civis têm uma visão destorcida dos famosos Snipers, Atiradores de Elite ou Atiradores de Precisão.
O objetivo do Atirador nesses jogos é matar todos que passam na frente de sua luneta, o que não condiz nem um pouco com a realidade. Em natureza policial o Sniper tem o dever de Observar,ou seja, passar todo tipo de informação para seus companheiros, Proteger seus companheiros, as vítimas ou reféns dos perpetradores e dependendo da situação o próprio perpetrador pode ser protegido, e Neutralizar que se levado ao pé da letra, no latim tollere, não significa matar, e sim garantir que a agressão cesse de imediato, causando o menor dano possível para a situação.
Mas hoje irei direcionar a matéria para o observar, o objetivo primário de um Sniper.
Através do aparelho ótico de pontaria ou luneta, o Sniper, valendo-se de técnicas de camuflagem e, ainda, de conhecimentos sobre posicionamento no terreno, observa o teatro de operações como ninguém. É ele quem alimenta a cadeia de comando com dados acerca dos perpetradores do crime ou posicionamento de soldados e veículos inimigos, assim como o armamento utilizado, distribuição e planta do loca, seja em uma edificação, uma aeronave, vila ou qualquer outro ambiente. Um bom atirador de precisão é, acima de tudo, um bom observador do cenário. Contudo, observar somente é pouco. Saber passar as informações também é de grande importância. Qualquer educador sabe que a comunicação não é o que se fala, é o que se entende. E a transmissão da informação deve ser feita de maneira rápida (princípio da oportunidade), concisa, precisa e direta, sem rodeios, atentando-se sempre para a racionalidade. O atirador não pode ser contaminado pela paixão. Isso é muito difícil, porém fundamental. E somente poderá ser alcançado com um alto grau de conhecimento técnico, treinamento e concentração.
O conhecimento das armas, munições, tipos de explosivos e equipamentos é tarefa precípua, com isso o atirador vai munir o agente da crise ou posto de comando com informações na mesma posição, preso ao universo de sua luneta propicia. Desse universo restrito, contudo, ninguém sabe mais do que o Sniper. Essa determinação pode ser chamada de foco. O atirador tem que identificar e manter seu foco o tempo todo, pois aquilo que você foca se expande. Essa é a chave que explica o poder da concentração. Quando você se concentra, direciona todas as energias para só um ponto e vai diretamente para ele, sem perder tempo, mantendo seu foco.
Pudemos ver então como é importante para o atirador manter a racionalidade, não se deixando influenciar por emoções que venham provocar uma tomada de decisão equivocada.
Vamos agora a um breve comentário sobre a abordagem cientifica da função observação. Primeiramente, a divisão, que nada mais é do que uma aplicação direta do princípio da simplicidade. O cérebro humano tem dificuldades de processar várias informações ao mesmo tempo. O problema se agrava quando adicionamos ao sistema o ingrediente estresse e quando a tarefa a ser executada seja naturalmente complexa, como é executar um tiro de precisão sob as mais variadas condições. Nesse caso, a divisão consiste em, literalmente, fragmentar o fato observando em tantas partes quanto forem possíveis, em ordem de complexidade e em escala crescente de prescindibilidade.
Na sequência, logo após a divisão e classificação do fato observado vem a síntese, que nada mais é do que a decodificação, seguida de uma simplificação na linguagem e posterior recodificação do fato a ser analisado, em linguagem inteligível e prática.
Posteriormente, dá-se a análise propriamente dita do fato previamente “esmiuçado”. Nesse ponto, faz-se mister que o atirador se desvencilhe de toda e qualquer espécie de preconceito ou paixão. Aliás, como já disse, paixão e Sniper são nomes que não combinam. A palavra paixão vem do radical grego pasos, e do latim patione, que significa sofrer, adoecer. Quando se deixa levar pela paixão o Ser Humano deixa de lado a racionalidade e abre espaço para a emoção. Via de regra,o resultado dessa substituição no ambiente policial ou militar é o erro.
Finalmente, após sua análise racional, de nada adiantaria perder-se por falta de organização das idéias. Aqui, o pensamento cartesiano busca guarida na filosofia aristotélica. Partimos, assim, para a organização das idéias previamente divididas, simplificadas e estudadas. Ao enumerarmos, fazemos uma escala cronológica que vai sendo executada em tempo real. Todo processo não leva mais que décimos de segundos para que ocorra, desde que haja treinamento para isto. Significa dizer que ao contrário do que pensam, o Sniper toma decisões sim e as deve tomar com uma rapidez gigantesca sem que se perca em nada a precisão, foco final da atividade.
terça-feira, 23 de fevereiro de 2010
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Amigo Ruki, está show o blog!
ResponderExcluirGostei muito dessa matéria sobre snipers. É um tema que gosto muito, principalmente no que se refere à esta guerra moderna dos tempos atuais. Claro, tudo isso sem desmerecer os snipers famosos das duas grandes guerras, como o Symu Haya, por exemplo.
Os tempos contemporâneos me atraem mais devido ao armamento, como a M24 ou o M82A1, o famoso Barret.50, que são armas devastadoras, nas suas classes.
Aliás, falando nela, eu acho muita falta da Barret.50 no PR.
Se tiver alguma coisa sobre esta arma, por gentileza, nos agracie com mais esta matéria.
Abraços e, mais uma vez, parabéns pelo blog. Show de bola!
Excelente post!
ResponderExcluirMuito interessante o assunto. Realmente, o sniper é, acima de tudo, um excelente observador!
Abraço!
E de quebra ainda dá para concluir o porque de ser proíbido qualquer tipo de relacionamento homo ou heterossexual entre integrantes de qualquer força policial ou militar...
ResponderExcluirExcelente artigo.
Copiou o livro todo mesmo ?
ResponderExcluirDevia se envergonhar, pois o autor do livro COT sim é um agente preparado e especializado no assunto. Tudo o que você está fazendo é apenas uma copia do livro
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirDelegado MARIZ da PF, onde andará, soube que estavas doente, após uma perda! Tenho em minhas orações.
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